Por um momento
trago o som das horas amarelas
e embalo a rede das lembranças.
Vejo cores da saudade
em mosaico de sonhos
que geometricamente
compuseram minha vida.

Mas o tempo é sábio.
Não permite retrocesso.
Então desanoiteço.

É preciso galopar o tempo,
dissipar quimeras,
acender estrelas
e ascender sempre mais.
Sonhar novos sonhos,
amar,
destemer,
construir
e viver
além dos ais.


Da coletânea "E os Poetas Falaram 2" - p. 27, Edição 2006