PAI
Pai, minhas mãozinhas entre as suas. Gesto que me dizia muito mais que palavras e bem mais que canções. Era a certeza que eu tinha de viver com segurança a doce fase da infância que unia os corações. Guardo a paz do seu sorriso, o brilho do seu olhar, o gesto firme, bondoso, que o transformava em criança para comigo brincar. Mas o tempo foi passando e eu, lentamente crescendo fui aprendendo mil coisas... amores, trabalho, distâncias... E pelos caminhos da vida fomos... bem devagar nos perdendo. Hoje contemplo seu rosto. Está envelhecendo, cansado, mas seu amor permanece na certeza de sua prece a cada filho gerado. Sinto suas mãos invisíveis ainda me conduzindo por caminhos que escolhi. São os seus sábios conselhos - lições de vida, de amor - que jamais eu esqueci. Do livro da autora: UNIVERSO EM GOTAS - 2008 - p. 98 Ileides Muller
Enviado por Ileides Muller em 06/08/2009
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