POR ÁGUA ABAIXO
Ao Atlântico sul Nuvens convergem Pesadas de dor. Sobre montanhas Derramam com força Líquidas dores Densas, intensas Sem tréguas, sem dó. Que ferem, devastam Derrubam e arrastam Casas, famílias, Pontes, estradas Plantações e animais. No colo da noite De casa em casa A morte passeia Cruel, soberana. E os gritos de horrores Sem ecos se calam No berço de lama. Há gente perdida Sem rumo, sem volta. Há vidas quebradas Desaparecidas. Há almas feridas Pedindo socorro. E sonhos levados Por água abaixo Na correnteza dos morros. Enchentes em SP, RJ e MG – jan. 2011. Imagem: Google Ileides Muller
Enviado por Ileides Muller em 17/01/2011
Alterado em 18/01/2011 |