Ileides Muller

Dormi semente, acordei flor. É dia de poesia!

Textos


POR ÁGUA ABAIXO


Ao Atlântico sul
Nuvens convergem
Pesadas de dor.
Sobre montanhas
Derramam com força
Líquidas dores
Densas, intensas
Sem tréguas, sem dó.
Que ferem, devastam
Derrubam e arrastam
Casas, famílias,
Pontes, estradas
Plantações e animais.

No colo da noite
De casa em casa
A morte passeia
Cruel, soberana.
E os gritos de horrores
Sem ecos se calam
No berço de lama.

Há gente perdida
Sem rumo, sem volta.
Há vidas quebradas
Desaparecidas.
Há almas feridas
Pedindo socorro.
E sonhos levados 
Por água abaixo
Na correnteza dos morros.





Enchentes em SP, RJ e MG – jan. 2011.
Imagem: Google

Ileides Muller
Enviado por Ileides Muller em 17/01/2011
Alterado em 18/01/2011


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