OUTONO
É outono em minha vida. Despeço-me das folhas velhas calmamente acontecidas ainda grudadas em mim com resina de lembrança. Em respeitoso silêncio deixo-as caírem ao solo junto a meus pés. Serão cascas de passado lembranças do que eu era sombras do que não sou húmus do que serei. É outono em minha vida. Quero meus ramos libertos abertos vazios cheios de espaços para abrigar folhas novas numa nova primavera que há de nascer em mim. Do livo da autora "Poemas para fim de tarde" - p. 61 Ileides Muller
Enviado por Ileides Muller em 20/03/2012
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