OUTONO
É outono em minha vida. Despeço-me das folhas velhas calmamente concluídas ainda grudadas em mim com resina de lembrança. Em respeitoso silêncio deixo-as caírem ao solo junto a meus pés. Serão cascas de passado sobras do que eu era sombras do que não sou húmus do que serei. É outono em minha vida. Quero meus ramos libertos, abertos, vazios, cheios de espaços para abrigar folhas novas numa nova primavera que há de nascer em mim. Do livro: "Poemas para fim de tarde" - pág. 61 Ileides Muller
Enviado por Ileides Muller em 20/03/2013
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