CATADOR DE INVISÍVEL
Poeta não tem razão social. Seu ofício principal não requer Alvará. É catador de invisível. Sai por aí removendo entulhos juntando banalidades limando versos... De tanto insistir, adquire competência. Verso não precisa de estabelecimento, nem de endereço para existência fixa. Reside na língua, vive por aí. Ofício de poeta é peneirar vocábulos polir expressões enferrujadas fabricar encaixes mentais amarrar palavras com arame linguístico sustentar poemas e ensiná-los a andar com as próprias pernas. (Do livro Catador de Invisível) Ileides Muller
Enviado por Ileides Muller em 13/04/2020
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